A Bíblia nos afirma que todos os que estão em Cristo vivem constantemente numa guerra. E, esta guerra é travada todos os dias que acordamos e decidimos servir a Deus com seriedade. Esta guerra acontece porque fomos atingidos pela desobediência, pelo pecado de um homem (Gênesis 3). A afirmação paulina comprova o estado de cada um de nós - “Todos pecaram”.
A natureza pecaminosa faz parte de uma herança que nunca vai nos deixar em paz. Segundo teólogo John Piper, nosso maior inimigo não é o diabo, mas a nossa natureza decaída. Nosso maior inimigo reside dentro de nós. Não foi acidental a declaração de Paulo em Efésios 6 quando fala de uma armadura e, armadura se usa em guerra – “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da justiça; E calçados os pés na preparação do evangelho da paz; Tomando sobretudo o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos...”
Sem dúvida, é uma guerra contra nós mesmos, isto é, nossa natureza decaída. Em hipótese alguma devemos levantar a bandeira da paz ao pecado. Levantar bandeira branca é abrirmos mão das armaduras de Deus e abraçarmos a vulnerabilidade. Portanto, desistir de lutar é potencializar as conseqüências na nossa vida. Desistir de lutar é colocar em perigo as nossas vidas.
Declarar guerra ao nosso pecado é parte de nossa missão no mundo – Precisamos continuar guerreando contra nós mesmos. Quem disse que ser discípulo de Cristo seria fácil estava bastante equivocado.
Algumas pessoas de forma até mesmo leviana tentam responsabilizar totalmente o diabo por alguns deslizes. É bem verdade que o diabo não se cansa de agir na vida daqueles que decididamente procuram servir a Deus. Vejamos o que diz Tiago no capítulo 1: 14 e 15 - Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. Cada um é tentado de acordo com a sua cobiça.
Só existe a possibilidade da tentação por causa dos nossos desejos pecaminosos. O diabo não vai trabalhar naquilo que não desejamos. O diabo não vai trabalhar naquilo que somos resistentes. Ele vai trabalhar e estimular exatamente naquilo que somos frágeis. Ele vai trabalhar na nossa natureza pecaminosa.
Precisamos declarar guerra sem trégua – Não podemos levantar a bandeira da paz em nenhum momento da nossa vida. Não podemos se quer fazer acordo de paz por mais breve que seja. Esta luta é permanente e exigirá de cada um de nós disposição para enfrentá-la. Diz o texto de Efésios 6:19 – “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos...”
Queridos, não há tempo para brincadeiras espirituais quando nossa alma está em jogo. Não há tempo a perder quando se trata de eternidade. Não há tempo a perder quando o que está em jogo é a nossa vida. O diabo nunca vai desistir de nós porque existe algo que está a seu favor - Nossos desejos pecaminosos. Por isso, precisamos ter disposição para crucificar os nossos desejos.
Devemos lutar até a morte, se for preciso. Devemos oferecer uma resistência inabalável, porque esta guerra é por toda a nossa existência no mundo, ela só terá fim quando finalmente estivermos nos braços daquele que venceu o pecado, isto é, na eternidade.
Pense nisto!
Pr Valmir Vasconcelos